O termo "pré-universitário" ultrapassa a idéia de pré-vestibular, ou seja, o de apenas preparar os alunos para passarem no excludente e seletivo vestibular. A primeira correspondência de sentido é a de que o ensino e o conhecimento não podem e não devem ser apenas transmissores de conteúdo exclusivo para o vestibular, sem crivo crítico e reflexivo. Não é à toa a escolha do nome do movimento de "emancipa", pois entendemos que a educação é um importante instrumento de emancipação e transformação da sociedade. Mediante a isso, colocamos nas grades horárias em todos os cursinhos da rede a matéria "Atualidades/Geopolítica", que tem por finalidade ser um dos espaços onde os professores poderão debater os acontecimentos e fatos atuais a fim de despertar nos alunos uma postura crítica e politizada, visando à prática transformadora. Já o segundo sentido que o termo "universitário" expressa é do nosso objetivo em trabalhar os estudantes para serem universitários de fato, ou seja, de torná-los sujeitos políticos que atuem e lutem em suas futuras universidades e para além de seus muros.

Para a rede emancipa, o profissional da educação, ou seja, professores (as) e educadores (as), tem um papel social e político importante a desempenhar: educar para a transformação da sociedade atual, tendo em vista uma educação igualitária e com qualidade para todos. A relação professor-estudante é decisiva nessa construção alternativa de educação. Entender a realidade dos alunos é de fundamental importância para se instituir um aprendizado mútuo. Não há conhecimento acabado. Não há professores "sabe tudo". O conhecimento crítico e transformador é obtido através da troca relacional entre estudante e professor.

Dentro de um movimento social de educação esse papel social e político do professor se tornam mais necessários, pois o público alvo a ser atingido é justamente aqueles que sofrem cotidianamente com exclusões em nosso mundo injusto e desigual. Demonstrar aos alunos que essa sociedade em que vivemos não é normal, não é o certo e que pode ser outra, é o primeiro passo a se tomar. Queremos que esses alunos, que hoje estão submetidos a uma lógica excludente e elitista de sociedade, possam através da educação lutar por seus direitos, exigir uma sociedade mais humana e igualitária. Esse ato de desvendar um mundo de possibilidades, de "um vir a ser", é uma das tarefas de um professor (a) em nossa concepção.

(Regina Célia Cazaux Haydt)

Assim como a escritora Haydt, entendemos que a educação não é neutra. Por isso, nos posicionamos de que lado estamos: dos estudantes das escolas públicas, dos trabalhadores e trabalhadoras, enfim, da população mais pobre da sociedade. Assim, a educação tem de ser tomada como política social. Não diferentes são os métodos a serem adotados pelos professores (as), educadores (as) e educandos (as) em suas aulas. Apesar de os vestibulares cobrarem estritamente conteúdo e técnica na realização das provas, podemos criticar e refletir, junto aos estudantes, o caráter do próprio vestibular, as questões e suas ênfases, o difícil acesso às universidades públicas e etc. É transformar aquilo que serve estritamente para restringir e alijar como ferramenta de conscientização e reflexão.

Há diversos instrumentos que poderão ajudar a construir uma aula mais dinâmica, fora das "bitolas" do vestibular. O professor está livre para o uso de tecnologias: DVD, rádio, TV, datashow, retroprojetor e demais aparelhos que possam auxiliá-los no dia-a-dia de suas aulas. Outros recursos: trabalhar com imagens, jornais, revistas, diversos materiais didáticos, música, filme, cinema, passeios a museus, parques e etc. Além de proporcionar ao aluno outra visão de aprendizado (que não é só no espaço escolar e em sala de aula), proporcionamos acesso a diversos "mundos culturais", não raras vezes negadas a esses estudantes.

Para nós emancipeiros, a cultura é determinante na formação do ser humano. É por isso que a rede emancipa luta também pela democratização e universalização do acesso à cultura e de sua produção. Valorizamos e difundimos a cultura popular. Assim, em nosso calendário há diversas atividades culturais extra-sala de aula, dentre elas: palestras, debates, passeios, exibição de filmes ("Emancipa no Cinema"), festas e etc.

Centro Cultural da Juventude na Zona Leste: também a pedido da rede emancipa, o professor e deputado Carlos Giannazi fez um Projeto de Lei que propõem a construção de um Centro Cultural da Juventude no terreno ocioso da escola estadual Oswaldo Catalano. Diante do quadro de violências nas escolas públicas, juntamente às políticas que as sucateiam (é só ver como o atual prefeito Kassab e o governador do estado de São Paulo, José Serra, tratam a educação), propomos a criação de um espaço para a juventude, para dar aos jovens a oportunidade de ter acesso à cultura e ao lazer, retirando-os da possível violência e da criminalidade. Na Zona Leste de São Paulo não há nenhum espaço deste tipo, o que faz da região um espaço pouco atrativo para a juventude.

Os cursinhos da rede funcionam através de trabalhos voluntários (não remunerados), pelo menos por enquanto. A maioria dos cursinhos funciona aos sábados, de manhã até o final da tarde. Há uma equipe que se responsabiliza pela organização das aulas, pelo funcionamento do cursinho, bem como a abertura e fechamento do espaço, geralmente escolas. Entregamos aos alunos quando da matrícula, um termo de compromisso e manual de estudantes, apontando os seus direitos e deveres perante o cursinho, à escola, à equipe de organização, aos coordenadores e aos professores.

1. Professores (as): cada cursinho ficará responsável por marcar as suas reuniões de professores (as). Essas reuniões são importantes, pois é onde se verificam as dificuldades enfrentadas pelos docentes em salas de aula, onde se trocam experiências e onde se tenta solucionar problemas.
2. Coordenação/Direção: essas reuniões são para os coordenadores dos cursinhos e/ou diretores da rede emancipa. Nelas se traçam projetos, constroem-se atividades, socializam-se as experiências dos cursinhos, além de propor soluções a problemas. Muitas reuniões são abertas a alunos e professores, pois são de extrema importância as sugestões e colaborações de ambas as categorias.
3. Comissão de alunos: os alunos terão total liberdade de organização e reunião. Reuniões serão chamadas pela coordenação geral junto aos alunos para uma construção coletiva.
4. Comissões da rede: a rede emancipa se organiza por comissões: de regularização, finanças, formação, cultura, didático-pedagógica e comunicação. Elas servem para organizar a rede como um todo, levando-se em conta as especificidades das tarefas. Todos os que quiserem fazer parte de uma ou mais comissões, é só nos avisar. A participação dos professores é importante, pois estimula mais pessoas a participarem, principalmente os alunos dos cursinhos.
5. Assembléias Gerais: a primeira Assembléia Geral ocorre no início do ano (jan/fev) e é nesta que se tiram datas para outras assembléias gerais ordinárias. São nessas assembléias que aprovamos um planejamento geral para o ano corrente, bem como os eixos políticos a serem trabalhados pela rede. A participação dos professores é muito importante. As Assembléias Gerais Extraordinárias serão convocadas com antecedência.

As aulas são montadas pelos próprios professores e seu conteúdo fica a critério do mesmo. Ainda não temos material próprio, mas este desafio constitui uma das prioridades entre nossos objetivos. Disponibilizamos outros materiais para a produção de aulas, tais como: apostilas de cursinhos, livros didáticos e apostilas virtuais. Priorizamos a lousa, apesar de não ser a forma mais apropriada, pois é a maneira pela qual conseguimos passar um pouco de conteúdo aos alunos, já que não temos apostilas ou outros materiais a oferecer a eles.

As grades horárias são montadas de acordo com a disponibilidade do professor. As aulas são duplas para cada sala de aula e as mesmas são dispostas quinzenalmente.

IMPORTANTE: Caso haja necessidade de falta, estabelecemos o prazo de três dias de antecedência para avisar a coordenação do cursinho. Isso facilitará o trabalho da coordenação na busca por outro professor para ocupar as aulas vagas.

O Círculo Emancipa é um espaço onde alunos (as), professores (as) e coordenadores (as) discutem temas importantes para a construção da rede emancipa, tais como: vestibular, cotas sociais ou mesmo discussões sobre questões mais gerais dos cursinhos. Esse fórum estará na grade horários em todos os cursinhos, quinzenalmente. A participação dos professores (as) é importante para efetivar a construção coletiva do movimento social.

No planejamento geral-anual, temos como meta quatro simulados da FUVEST (por ser o vestibular mais concorrido e por estar na capital paulista) e um do ENEM. As datas serão aprovadas em Assembléia Geral, no mês de janeiro de cada ano. As provas serão elaboradas pelos professores, de acordo com as frentes em que lecionam. As provas poderão ser elaboradas por cada cursinho ou da rede como um todo.

As atividades-extras da rede emancipa serão aprovadas em Assembléia Geral. As atividades específicas dos cursinhos independem do calendário geral da rede e podem ser construídas por um professor (a), por curso ou por qualquer pessoa que queira construir. Propostas e sugestões são sempre bem-vindas.

Todos os cursinhos da rede têm seu email e grupo de email específico, canal de divulgação das grades horárias e para veiculação de informações. Peça ao coordenador do cursinho em que você leciona para te adicionar à lista.

A rede emancipa também tem seu grupo de email e email próprios:

Todo e qualquer professor (a) da rede tem a total liberdade de escrever artigos, resenhas, textos e etc. para serem publicados na plataforma da internet, bem como nos jornais murais e em cadernos especiais da rede. Geralmente, escrevemos alguns textos sobre a educação no Brasil e difundimos entre os demais na lista de emails da rede emancipa. Fomentar a produção, a pesquisa e o debate são muito importantes para a consolidação da rede como uma real alternativa de educação.

1. Participar das atividades e reuniões da rede emancipa, visando o fortalecimento do cursinho e do movimento social; A rede emancipa só tem sentido enquanto movimento coletivo e os professores são fundamentais em sua construção;

2. Avisar com antecedência as possíveis faltas e a respeito de problemas a que venha sofrer à coordenação do cursinho correspondente.

3. Evitar, ao máximo, não abdicar das aulas até o término letivo, pois isso prejudica demasiadamente o andamento do curso, bem como o aprendizado dos alunos. Sabemos das dificuldades em ser professor-voluntário, mas ainda não temos condições objetivas de custear o trabalho do professor (a). A iniciativa nesse sentido já foi tomada, quando criamos a Associação 19 de Setembro (S19) – ver adiante -, que tem por objetivo único financiar a rede emancipa, tendo como prioridade um futuro salário ao professor.

4. Participação do Círculo Emancipa pelo menos uma vez ao mês. Esse espaço ocorrerá duas vezes ao mês (de quinze em quinze dias).

5. Seja bem-vindo (a)! A rede emancipa está de braços abertos e esperamos construir juntos uma educação transformadora e emancipatória.

A Associação 19 de Setembro - S19 - é uma entidade (OSCIP) sem fins lucrativos e tem por finalidade a promoção da educação e da universalização do acesso à cultura para jovens e adultos como instrumentos que buscam sua emancipação com justiça social.

A S19 é parceira da Rede Emancipa de Cursinhos Populares que desde 2006 trabalha pelo ingresso de estudantes de baixa renda nas universidades, principalmente públicas. A rede vem sendo protagonista na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis como direito de todos.

1. Custeamento das atividades dos professores e organizadores dos cursinhos.

2. Materiais a serem destinados aos alunos (apostilas, livros, materiais escolares e etc.)

3. Material de apoio: rádio, TV, retroprojetor, data show, computadores, impressoras, DVD e etc.

4. Custeamento das atividades extraclasse e dos estudos do meio.

5. Apoio financeiro para despesas do dia-a-dia dos cursinhos.

Junto às demandas mais imediatas, a S19 pensa no futuro. Nossa meta é estruturar o trabalho em um número cada vez maior de Cursinhos em escolas públicas, mas também conquistar a "Nossa Casa".

Nela queremos construir os alicerces de um Centro Educacional e Cultural de referência para a juventude de baixa renda.

Diretor Geral

Diretor Administrativo

Diretor Financeiro

Diretor Pedagógico

Diretora de Comunicação

Diretora Jurídica

Diretora Cultural

Diretora de Políticas Educacionais