O IMPÉRIO DA CHINELAGEM

 

         O Brasil assistiu, incrédulo e assustado, o show de chinelagem explícita que os nossos parlamentares deram, ontem (08/12), no Congresso Nacional.

         Alguns eufóricos com a demonstração de fraqueza dos governistas, outros desesperados com o crescimento repentino das forças oposicionistas, os deputados e senadores eleitos demonstraram à nação como um bando de incivilizados se comporta sob a menor pressão.

         O que se viu foi lamentável. Homens e mulheres que, teoricamente deveriam dar o exemplo de respeito e educação, batiam boca, trocando insultos e safanões como moleques no recreio de uma escola.

         Até parecia reunião de condomínio em prédio de fim de linha. Não! Nestas, com certeza, há mais respeito e educação. Por mais ogros que sejam os moradores.

         Sem comando, o que se viu foi o ocaso de um poder da República.

         A histeria e o descontrole grassavam nas dependências do Congresso, sem dar importância – os mais exaltados – sequer à transmissão das imagens e do áudio das galerias.

         Para fazer valer o que “acham seu direito”, comportaram-se como um grupo de desordeiros em um jogo de futebol, festejando a conquista de qualquer objetivo como se estivessem comemorando um gol de seu time na final do campeonato.

         Que vergonha!

         Chefes de família; pessoas que receberam a confiança de milhares (quiçá milhões) de eleitores; agindo como uma horda de bárbaros sem controle.

         E, o pior: enquanto muitos se vangloriavam dos “feitos” desavergonhados, outros – que matreiramente ficam insuflando rebeliões sem mostrar a cara – assumiam o papel de indignados com o resultado do show.

         Fala-se em uma necessária “faxina” no Congresso. Com certeza ela urge.

         Mas, juntamente com os acusados da hora, há que se incluir nesta “limpeza” muito mais gente que gosta de posar de vítima. Mas, em nada colabora para demonstrar um mínimo de equilíbrio, educação, e seriedade.

         Pobre Brasil. Está nas mãos deste tipo de gente...

         Que chinelagem!

 

Marcelo Aiquel - advogado