Prezado Senhor,

Em nome da Senadora Ana Amélia, comunico o recebimento de sua mensagem referente ao apoio à candidatura da Deputada Manuela D’Ávila para a Prefeitura de Porto Alegre. Agradecemos sua opinião! As manifestações recebidas da sociedade são de grande valia para nortear a atuação da Senadora.

A campanha eleitoral para as eleições de outubro deverá trazer à tona aspectos curiosos que marcam a diversidade dos municípios brasileiros. Os episódios relevantes são sempre destacados  pela imprensa, tais como: cidades que registram vitória por um voto ou empate entre candidatos, chapas únicas de consenso em prefeituras de todo o país, slogans de campanha inusitados, jingles e até coisas pitorescas que fogem à regra dessa importante disputa. Entretanto, ocorrências de um tipo específico são equivocadamente incluídas nesse conjunto de “curiosidades da política local”: trata-se das alianças formadas, na maior parte das cidades, entre partidos que são adversários em âmbito estadual ou federal ou com ideologias distantes uma das outras, abrindo o espaço para o debate e até para a crítica de quem prefere "carimbar" essas parcerias como equívoco político, sem avaliar a profundidade de objetivos e sem pensar o futuro. É a posição, em geral, da minoria que não ousa sair de sua zona de conforto para enfrentar novos desafios que servem para engrandecer, não os líderes, mas o partido, no seu aspecto coletivo. 

Para compreender como se dá essa verdadeira inversão de valores, é preciso ter em consideração que a realidade municipal é a mais próxima do cotidiano do cidadão. Quando se trata de cidades, a interação entre eleitos e eleitores é direta e diária. Dessa maneira, fica muito mais fácil a representação dos interesses da população pelas lideranças políticas locais: se é criada uma coligação de partidos, é forte a possibilidade de que essa tenha sido reunida em torno de propostas específicas para a cidade. Enfim, acordo para um  projeto de governo. Afinal, as disputas locais são sempre mais acirradas e as queixas da população, mais enfáticas e constantes e diretas. É o protagonismo do eleitor. 

Nas coligações municipais as afinidades entre partidos estão muito mais relacionadas ao dia a dia da política. A troca de apoios mútuos é constante e viabiliza a sustentação de um governo na criação de novos projetos para a sociedade. Essa é a forma mais produtiva de governança política. Também mais atualizada com este século XXI! 

Tendo esse pano de fundo real na vida efervescente das cidades, como questionar, no aspecto exclusivamente ideológico, a legitimidade e a consistência de coalizões municipais que se formarão para as eleições de outubro? Em Canoas, por exemplo, estão juntos PT, PP, PCdoB, PMDB, PDT e mais nove partidos, formando um governo que terá garantida a reeleição porque a aliança garantiu governança e os resultados dessa união estão sendo aprovados pelos eleitores. Essa coligação, na região metropolitana de Porto Alegre, se fundamenta muito mais na visão progressista das lideranças de todos os partidos que a integram do que as alianças feitas, com outras forças políticas, em âmbito federal ou estadual. 

A dinâmica das alianças nos municípios, longe de constituir a aberração que muitos apontam, está de fato focada em plataformas e projetos de interesse comum, que acabam por concretizar a ideologia do localismo. Essas coalizões representam, assim, maior proximidade em relação à vontade popular, dando protagonismo aos políticos locais em coligações que lhes proporcionam ampliar espaços para apresentar suas ideias e convicções e também poder de escolha e protagonismo aos eleitores. 

 A criticada aproximação proposta pela senadora Ana Amélia, entre PP e PCdoB, em Porto Alegre, deveria ser entendida pelos peemedebistas gaúchos, por exemplo, como fazem os pemedebistas de São Paulo, pois na maior cidade brasileira, o candidato a prefeito pelo PMDB, deputado Gabriel Chalita, insiste publicamente pelo apoio do vereador Netinho de Paula, do PCdo B. O PDT, que também engrossa as críticas dessa aproximação em Porto Alegre, em Olinda, importante cidade pernambucana, compõe o governo do Prefeito Renildo Calheiros, do PC do B! Para lembrar outros exemplos, destaco que, em Imbé, já foi lançada uma Frente de Oposição liderada pelo PDT, coligado ao PCdoB e, em Alvorada, a administração do Prefeito Carlos Brum, do PTB, conta com o apoio do PDT, PMDB e PCdoB , entre outros partidos. 

 Esse quadro mostra, claramente, que o cidadão na eleição municipal quer discutir a qualidade da escola, do posto de saúde, a mobilidade, enfim, os problemas da cidade. O tom da campanha é muito mais pelos resultados que precisam ser alcançados do que sobre diferenças ideológicas e partidárias. Tenho conversado individualmente com cada um dos membros do Diretório do Partido Progressista de Porto Alegre, a pedido da senadora Ana Amélia. Ela integra o diretório metropolitano. Em 2010, recebeu mais de 3,4 milhões votos, dos quais 400 mil em Porto Alegre. Tenho sublinhado, nesses contatos, os resultados alcançados até aqui e o respeito à bonita história de todos que fazem o dia a dia de nosso partido, na Capital gaúcha. Posso testemunhar o empenho da senadora para que o PP ocupe um papel de protagonista em todo o Estado, respeitando os ajustes locais. Foi assim ao receber, para um café da manhã, em seu gabinete, em Brasília, os dois pré-candidatos a Prefeitura de Porto Alegre que lhe pediram apoio: Manuela D´Ávila e José Fortunati. Os dois, em diferentes datas, foram recebidos com toda a distinção merecida e ouvidos não só pela senadora, mas também por todos os integrantes da bancada Federal do PP. Um encontro de conversa franca e com muita transparência e respeito. 

 A política e a vida são bonitas pelas escolhas que fazemos. Escolha é risco, é desafio, é coragem e também ousadia. Creio que a senadora, experiente e convicta, fez a sua escolha acreditando que ao aliar esperança e juventude com trabalho e ousadia pavimentará o caminho para ampliar os espaços Progressistas com um candidato a vice e uma coligação na chapa proporcional para a Câmara de Vereadores, dando o necessário protagonismo ao PP de Porto Alegre. Não impôs nada ao Partido, simplesmente abriu o debate, entendendo sempre que as eleições municipais possuem um diferencial nas alianças partidárias. Não criticou nem acusou ninguém. Sempre reconheceu a qualidade política e administrativa do prefeito Fortunati e, especialmente, aos progressistas que lhe auxiliam no governo. Porém alguns poucos, não sei quais os motivos, aumentam o tom para criticar a escolha da Senadora que vem fazendo trabalho que é orgulho para os Progressistas de todo o Rio Grande do Sul, especialmente pela sua conduta ética e democrática . A política é a arte da tolerância e, dessa forma, tento entender as críticas como se a Senadora não pudesse ,como líder maior do PP, não tivesse a autoridade e a liberdade de fazer escolhas e tivesse de se submeter a tutela de um grupo que não ousa avançar e nem permitir que o PP no Rio Grande do Sul deixe de ser considerado apenas como um partido forte nas  pequenas e médias cidades e com forte vinculo com a área rural, mas que continue crescendo com protagonismo real, como acontece, por exemplo, em Canoas.  

Acredito na capacidade e no caráter das pessoas. Entendo que muitos já estão repensando suas atitudes e que, em pouco tempo, os líderes deste processo encontrarão o caminho que possa unir o Partido Progressista, sempre respeitando as convicções de cada um. Creio sinceramente que é no Município que as pessoas vivem e projetam seus sonhos. As alianças construídas com essa visão estão sintonizadas com as aspirações da sociedade.

Atenciosamente,

Coordenação do Gabinete da Senadora Ana Amélia
Anexo II, Ala Senador Afonso Arinos, Gab. 07

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Telefone: + 55 (61) 3303-6083  Fax: 61 3303–6091

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